terça-feira, 5 de outubro de 2010

Peça desenvolvida por Liliane Priscila dos Santos para o concurso AuDITIONS Brasil 2010

Nome da peça: Almas
Conceito: Igualdade de sentimentos nas diferenças da humanidade.

Almas em sincronia
O homem pode ter raça, cultura, religião, ideologia, enfim, inúmeras diferenças e isso até causar alguns conflitos, mas, os bons valores como o de fraternidade, amor, caridade, o desejo de paz e harmonia, por mais que poucos ainda os demonstrem, eles estarão sempre presentes na essência da alma humana, por que, o maior tesouro que uma pessoa pode ter e ninguém poderá tirar dele são os sentimentos e valores repassados através das gerações e dos tempos.




Peça frente e verso
Simbolismo das peças do colar:

Peças frontais com formatos diferenciados:
Representa as diferenças entre os seres.

As correntes:
Vem como elos que representam a continuidade e persistência de uma força maior que une as igualdades existentes dentro das diferenças humanas (sincronismo).

Elementos centrais em ouro rosa:
Sincronia das emoções.

Medalhão geométrico das costas:
Mostra a possibilidade da união das emoções de diferentes povos em sincronia através da comunicação da alma.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Joia nos pés - Eternal Diamond Stiletto

A empresa inglesa House of Borgezie criou um par de sapatos luxuosos chamado Eternal Diamond Stiletto. Ele consiste em um sapato de salto alto feito com ouro ou platina moldados por processos de fundição dos metais preciosos totalmente artesanais. Os sapatos ainda contam com 2.200 diamantes encrustrados.


Par da sandália Eternal Diamond Stiletto

O resultado final garante ao calçado um status de joia. Confiante em seu novo produto, a empresa oferece garantia de mil anos para o comprador que quiser ter um par Eternal Diamond em casa. E se o sapato tem aparência de joia, não tem como não ter o preço também: o custo inicial de um par não fica por menos de R$ 271 mil. Feito sob medida e de platina, contudo, o preço sobe para R$ 421 mil.

Sandália em Ouro e Diamantes

A House of Borgezie é o empreendimento do designer de joias Christopher Michael Shellis. Há mais de 30 anos trabalhando como designer, suas especialidades são o uso de pedras preciosas, ouro e também o design de relógios. O empresário considera o Eternal Diamond sua maior criação.

Processos diferenciados de joalheria

CORRENTARIA: Antigamente, as correntes eram feitas à mão e, por isso, costumavam ser grossas e desajeitadas. Só com a ajuda de máquinas especiais, é que passaram a ser mais delicadas. Semelhante ao tricô, as máquinas criam pontos simples ou elaborados, formando correntes de diferentes modelos. A seguir, basta cortá-las no comprimento desejado, soldar cada elo e dar um banho para realçar o seu brilho.


Máquina de Correntaria

ELETROFORMAÇÃO: A eletro-formação foi criada porque as mulheres, sempre quiseram usar peças grandes e de efeito, mas com absoluto conforto. Mas imagine, por exemplo, um par de brincos enormes, confeccionados de maneira tradicional. De certo, poucas pessoas suportariam o peso dessa jóia em suas orelhas. Com a eletro-formação, é possível criar peças de ouro que tenham bastante volume visual, porém muito mais leves do que possam parecer. Como no processo de cera perdida, o primeiro passo desse processo é a criação de um modelo da peça num molde de borracha, que recebe cera quente, gerando assim várias réplicas em cera. A seguir, essas réplicas são recobertas com uma fina camada de uma solução metálica que conduz eletricidade. Quando essas réplicas são colocadas dentro de uma solução especial, o ouro ( cuja carga elétrica é oposta a da camada metálica ) é atraído para cima da cera. Então, é feito um pequeno furo em cada uma das jóias, para que assim que elas forem expostas ao calor, a cera derreta e saia pelos orifícios.


Pulseira feita com processo de Eletro-formação

ESTAMPARIA: Na estamparia, o formato da jóia é traçado e cortado sob o metal. A seguir, um artesão grava e molda o modelo da peça. Para os brincos, estampas diferentes são feitas para a parte da frente e a de trás. Através de uma máquina de laminar, a chapa é achatada, e o molde é colocado na máquina de estampar, cortando as peças no formato e tamanho desejados. Esse pedaço é cunhado com o molde sob pressão, e a jóia é montada.

Dicas para manter o brilho das joias

Para que a jóia tenha vida eterna precisa de cuidados. É importante estar alerta desde a compra da peça, verificando se ela está em perfeito estado, ou seja, sem riscos, ondulações ou com excesso de porosidade. A partir daí, é só ter muito carinho com a jóia, desde o seu uso e principalmente na hora em que for guardá-la.

O primeiro passo é esquecer aquela imagem de um porta-jóias repleto de peças, umas sob as outras. Elas devem ser acondicionadas uma a uma, ou em caixas adequadas para jóias, com compartimentos individuais, ou então, embrulhadas em papel de seda ou mesmo numa flanela. Isso é necessário porque as jóias são feitas de diferentes materiais que podem riscar-se entre si, ou ainda, amassar o metal ou causar danos nas pedras.

Evitar amontoar as joias em baus desse tipo

No caso das jóias de esmeralda, por exemplo, o cuidado deve ser redobrado. Ela é uma gema frágil, que pode quebrar-se facilmente. Outra jóia que merece atenção, é a pérola. No caso dos colares ou pulseiras, pelo menos a cada seis meses é importante trocar o fio (que geralmente é de seda) que une as gemas. Além de garantir a resistência da jóia, evitando que ela se rompa, esse cuidado também é importante para proteger a própria pérola. Por ser uma gema natural, a umidade provocada pelo calor do corpo pode fazer com que ela apodreça por dentro.


Colar de Esmeraldas

Jamais deixe as pérolas entrarem em contato direto com a água e produtos químicos em geral, como perfumes, bases, etc. As jóias de ouro também podem adquirir um aspecto mais escuro com o decorrer do tempo. Esse fenômeno é chamado de processo de oxidação da peça, e pode ocorrer até mesmo com jóias que ficam nas vitrines, sem nunca terem sido usadas. Isso acontece porque durante o processo de produção, a jóia passa por um tratamento a base de ácido, que em alguns casos específicos, pode ficar retido em micro-porosidades. Em contato com o calor, o ar ou a umidade, o ácido provoca uma ação oxidante nos componentes da liga do ouro, principalmente no cobre escurecendo a peça.


Evitar deixar pérolas e jóias espostas

Em casos mais específicos, pessoas que têm uma taxa mais elevada de ácido úrico ou que tomem um determinado tipo de remédio tendem a provocar o escurecimento do metal. Alguns xampus, cremes hidratantes, tintura para cabelo, também podem deixar a jóia com um tom meio marrom. Outro componente que pode danificar as jóias de ouro é o mercúrio. Caso ele entre em contato superficialmente com a peça, basta limpá-la com uma flanela. Se a área afetada for grande, somente um processo de polimento da jóia poderá recuperá-la. Entretanto, se o contato do mercúrio com a jóia de ouro for muito profundo, nem mesmo essa técnica poderá salvar a jóia. Apenas o metal poderá ser recuperado. Portanto, deixe suas peças bem longe desse componente químico!

Evitar deixar jóias em contato com produtos químico.



quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A importância da representação manual como suporte criativo e ao desenho tridimensional.

A importância da representação manual , não apenas na joalheria como também em qualquer projeto de produto, é uma ferramenta que auxilia consideravelmente no desenvolvimento, na representação de idéias, na sensibilidade estética de uma pessoa e até mesmo no desenho digital, pois, o momento da interação lápis e papel é muito importante para o designer conhecer as principais formas do seu projeto. É nesse momento que as mãos serão mais ágeis desenhando do que comandando um mouse ou um teclado e assim planejar como será seu produto final.


José Eduardo Valadares Bahia, Prof.de Representação Manual no Centro de Estudos em Design de Gemas de Jóias da Escola de Design - UEMG.



Liliane Priscila dos Santos na aula de Representação Manual no Centro de Estudos em Design de Gemas de Jóias da Escola de Design - UEMG.

Quando se pensa no produto jóia, nós pensamos no glamour, nos sonhos, e principalmente na beleza. Esta beleza está relacionada diretamente com alguns fatores, por exemplo, a criatividade e habilidade do designer para representar e passar com perfeição suas idéias, além de aplicar a este novo produto, inovação e uma matéria prima de qualidade.

Na atualidade vivi-se a era digital onde, praticamente, todas as atividades são realizadas através de computadores ou com o auxilio dos mesmos. Mas em trabalhos minuciosos, principalmente os que envolvem criatividade, é importante estabelecer uma harmonia de atividades, onde o uso de softwares (Rhinoceros, 3D MAX, Flamingo 3D, Jewel CAD, 3D Max, entre outros), não tenha um caráter substitutivo e sim complementar às atividades como por exemplo o do desenho manual. Pois esse tipo de tecnologia auxilia muito no que diz respeito a Prototipagem Rápida que utiliza sistemas atuais de fabricação (precisão matemática para sistemas operacionais de máquinas), mas não é eficiente quanto ao desenvolvimento criativo, sem falar que a maquina é limitada e depende do comando do homem, em quanto à mão e a mente humana não tem limites na criação e na representação de formas.

Isto significa a possibilidade de manutenção das atividades de concepção tradicional e fabricação artesanal (estudos, ilustrações e atividades de ourives), utilizando o auxilio de novas ferramentas como, por exemplo, os sistemas 3D, para onde são transferidos e/ou gerados os aspectos artísticos diferenciais que podem agregar inovação ao projeto, principalmente pela ocorrência da interferência humana direta no ato de criação. De qualquer forma quem cria os projetos e comanda as máquinas são seres humanos.

No livro, Desenhos para Joalheiros - 2004, podem ser encontrados exemplos mais atuais de desenhos de jóias. São representações manuais que demonstram ser necessárias para otimizar o trabalho tanto no momento da criação e projeções quanto no momento das renderizações.



Livro, Desenhos para Joalheiros.


Anna Gonzáles – 2001. Desenhos manuais, do anel Prata e Papel, mostrando as etapas que o mesmo deve passar antes de ser representado por um software.


Sônia Serrano, Bracelete de ouro polido, 1992. Desenho manual com valorização numérica do bracelete. Como se trata de metal polido, a escala é descontinua: 1, 3, 5, 7.



A primeira etapa da ilustração do desenho é feita com tintas, para fins artísticos, que contribuem com a limpeza de mancha uniformes e luminosa.


Na técnica passada pelo livro, Desenhos para Joalheiros, a etapa de finalização é feita com lápis de cor.


Desenho do anel Prata e Papel, feito em um programa de software 3D.


Render do mesmo anel de Anna Gonzáles, 2001

Processos da Joalheria

Desde o começo da civilização humana, o uso de adereços está intimamente ligado ao homem. No início, eram amuletos feitos de ossos, sementes, madeira e pedras em bruto que simbolizavam saúde, crença espiritual, moeda e formas artísticas de expressão. Os amuletos eram presos ao pescoço com alguma tira de tecido ou couro simplesmente amarrada, sem o propósito de valorização do objeto carregado. A joalheria surgiu quando metais como ouro e a prata, entre outros, começaram a ser usados para a confecção dos adornos.

Joalheria Manual

Para a fabricação da joia artesanal é preciso habilidade e um amplo conhecimento na área, pois, são inúmeras  operações  a serem interpretadas e executadas pelo ourives, tais como:

  • Definir o tipo de joia (anel, colar, pulseira, etc) que será produzida;
  • Interpretação do desenho e dimensões da peça;
  • Determinações dos acabamentos serão aplicados a peça (tipo de lapidação,tipo de cravação, etc.);
  • Seleção de materiais;
  • Laminação;
  • Fundição do lingote;
  • Soldagem à gás;
  • Lixamento;
  • Polimento;
  • Tratamentos químicos;
  • Tratamentos térmicos;
  • Trefilação;
  • etc.
 

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Cravação

A necessidade de unir o metal ás pedras preciosas fez com que fossem elaborados os primeiros processos de fixação das pedras com o metal usado, dando início ao processo de cravação.

A cravação sempre esteve relacionada com o tipo de lapidação da gema usada. No início, as pedras eram cravadas em bruto, portanto totalmente disformes, sendo que cada peça exigia um trabalho especial. Normalmente, a fixação da pedra era feita de uma forma de cravação martelada, onde o ouro era expandido sobre as laterais da pedra até a sua fixação permanente.

Cravação antiga martelada

Somente quando teve início a lapidação de pedras preciosas com maior precisão é que começaram a surgir novas técnicas de cravação, que pode ser exposta de uma forma mais limpa sem que haja uma interferência muito grande do metal sobre a pedra e expondo-a mais à luz, o que lhe dá mais brilho, além de poder mostrar toda sua beleza interna e externa.

Técnicas de cravação

  • Cravação Inglesa;

  • Cravação Bigodinho;

  • Cravação com Garras;

  • Cravação Pavê;

  • Cravação Grão

  • Pré-cravação;

  • Cravação Invisível;

  • Cravação Invisível;

  • Cravação Trilho;

  • Cravação Tensão;

  • Cravação em cera.
Referências:

Cravação Trilho ou Carrê

É a técnica de cravação onde as pedras são colocadas alinhadas entre dois trilhos com sulco lateral chamados canais. São utilizadas pedras redondas, mas mais comumente pedras quadradas ou baguetes. Quando a cravação for linear, ou seja, as pedras estão posicionadas uma ao lado da outra, é chamada de trilho mas quando houver interferência de uma barra de metal entre as pedras, é chamada de "barra".

Este tipo de cravação, é muito usada em alianças e pulseiras, pois quando são usadas pedras carré, dá a ilusão de uma linha continua dos diamantes.



Cravação Trilho ou Carrê

O canal é uma variação da letra U, onde os lados são feitos um pouco mais estreitos que a espessura das pedras a serem cravadas. A pedra é colocada entre esses entalhes e o metal do topo é puxado para baixo fixando a pedra no lugar. Neste tipo de cravação, as pedras ficam muito seguras e protegidas de pancadas e desgaste geral.

Referência: Revista – Diamond News 10 Anos, Ano 11, n°34, pág. 46.

Cravação Pavê

A palavra pavê vem do fancês "pavimentado", o que caracteriza esse tipo de cravação. é usada se quer cobrir uma determinada área de uma joia com diantes. A chapa é perfurada milimetricamente, onde são inseridos os pequenos diamantes, dando a impressão de uma rua pavimentada ou um favo de mel. É um trabalho muito delicado e exige muita perícia do artesão, pois os buracos tem que estar espaçados uniformemente e alinhados para que o efeito seja perfeito. Além disso, os diamantes têm que estar no tamanho exato e com uniformidade de cor e lapidação.


Cravação Pavê

É uma cravação muito usada na alta joalheria, já que passa a ilusão de uma joia importante e quase sempre é feita com ouro branco e diamantes de boa qualidade e cor. Essa cravação está diretamente ligada com a capacidade do joalheiro, pois a exata fixação dos diamantes é fator determinante da qualidade final da joia. É necessário um projeto prévio da joia a ser feita, pos o afunilamento de determinadas áreas requer diferentes tamanhos de diamantes para que a superfície da anel pareça um tapete brilhante.

Referência: Revista – Diamond News 10 Anos, Ano 11, n°34, pág. 45.

Cravação com Garras

Este tipo de cravação é o mais popular e versátil meio de fixação de uma pedra. Apareceu em 1886 com Charles Tiffany, que procurou uma forma de enfatizar mais a pedra do que o metal que a segunda. Como as garras são espaçadas e a pedra fica mais elevada do que a base da joia, maior quantidade de luz passa por dentro da pedra, mostrando a gema no seu brilho máximo.


        
Cravação com Garras

Nesse tipo de cravação, geralmente, são usados pinos em forma de V para fixação de gema que, por sua vez, são fixados na base da joia. São utilizados vários pinos de acordo com a necessidade da gema. A grande característica dessa cravação é sua versatilidade. É de fácil utilização, menos dispendiosa de outras formas de fixaçãoe e se adapta a basicamente a qualquer tipo de gema. No início, o objetivo era a fixação de pedras redondas, mas devido a sua praticidade passou a ser usada para pedras formato fantasia (navetes, baguetes, ovais, gotas, etc.) e sua forma em V (tiffany) sofreu várias adaptações com chatões redondos, quadrados (cartier), com três garras (tulipa), com bases maiores que a pedra (coroa) e outros tipos que vão surgindo, mas sem perder a característica que são os dentes ou pinos de fixação. A técnica é simples: são usadas 3, 4 ou 6 pequenas garras de metal que são dobradas sobre a borda da pedra para sua fiação. Esses pinos são idênticos em forma e tamanho, e anexam a pedra à base da jóia. As partes visíveis dos pinos são cortadas, lixadas e polidas para evitar que apareçam muito sobre a gema, atrapalhando o seu brilho, e também para evitar que esses pinos possam raspar na pele ou nas roupas usadas.

Referência: Revista – Diamond News 10 Anos, Ano 11, n°34, pág. 44.